A ANADEF vem a público expressar sua indignação e profundo pesar diante dos homicídios ocorridos na madrugada desta sexta-feira (17/10), no bairro de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro, em que dois homens em situação de rua foram mortos a tiros de fuzil e um terceiro indivíduo ficou gravemente ferido enquanto dormiam sob a marquise da estação de metrô local.
Trata-se de episódio brutal que evidencia a dimensão letal da vulnerabilidade estruturada a que estão submetidas as pessoas sem moradia, vítimas frequentes da invisibilidade social, da precariedade institucional e do abandono estatal.
Defensoras e Defensores Públicos da União desempenham papel estratégico e imprescindível como instituição de proteção dos direitos humanos, inclusão social e acesso à justiça, inclusive no enfrentamento das violências que atingem pessoas em situação de rua. Especificamente no Rio de Janeiro, a DPU participa ativamente do projeto PopRua, que reúne ações também do Judiciário, da AGU e do INSS às pessoas em situação de rua.
As pessoas assassinadas em Irajá não devem tornar-se apenas números de uma estatística de violência: são corpos e histórias que clamam por justiça, reparação e, sobretudo, por um Estado que reconheça sua responsabilidade na proteção de vidas. A impunidade institucional e a normalização desse tipo de crime apenas reforçam o padrão de sofrimento imposto às pessoas sem moradia.
A ANADEF reafirma seu compromisso de agir, em parceria com movimentos sociais, defensorias públicas e órgãos de controle, para que esta barbárie não caia no silêncio e para que o direito à vida seja reafirmado para aqueles que ainda são invisíveis para o Estado.
ANADEF – Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Federais





